Cinco fatores de risco para o câncer
21/04/2017 | Da Redação



Estilo de vida está diretamente ligado ao desenvolvimento de tumores

São feitos 12 milhões de diagnósticos de câncer no mundo anualmente. Só no Brasil, foram registrados 600 mil novos casos em 2016 e 520 mil casos em 2015, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). E considerando o total global, grande parte dos casos estão relacionados ao modo de vida. E mais: vale destacar a perigosa relação entre hábitos pouco saudáveis da nova geração e o aumento nos índices de tumores entre jovens com menos de 30 anos. “O câncer é segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos no País, perdendo apenas para óbitos decorrentes de acidentes e violência. O incentivo à prática constante de exercícios físicos, dieta equilibrada, consumo moderado de bebidas alcoólicas e outras medidas simples surgem não apenas como iniciativas essenciais para frear os índices aumentados do câncer como uma maneira de promoção à qualidade de vida e bem-estar geral. Essas medidas contribuem também para a potencialização do processo de tratamento para pessoas diagnosticadas com a doença e outras condições como diabetes e hipertensão”, explica Andrey Soares, oncologista clínico do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas, de São Paulo (SP). Conheça abaixo os principais fatores de risco para o câncer.
Tabagismo | Antigamente, o hábito de fumar era visto com elegância e glamour. Hoje, o uso do cigarro, na maioria das vezes, vem acompanhando de bebidas alcoólicas. Estimativas apontam que 75% dos casos de câncer de pulmão são decorrentes do uso do tabaco e os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença. Além disso, o cigarro também é responsável pelo aparecimento do tumor na cabeça e pescoço.
Etilismo | O consumo exagerado de bebidas alcoólicas tem se mostrado um dos hábitos mais frequentes entre jovens adultos. Essa prática traz consequências para a saúde física, sendo um depressor do sistema nervoso central e gerando impactos nocivos a diversos órgãos, como o fígado, o coração e o estômago. Uma pesquisa publicada no Alcohol and Alcoholism mostra que as consequências podem ser ainda maiores: segundo o periódico basta uma dose de bebida alcoólica por dia para aumentar o risco das mulheres desenvolverem câncer de mama em 5%. A conclusão é parte de uma revisão de 113 estudos feita por pesquisadores da Alemanha, França e Itália. Para mulheres que bebem mais – três ou mais doses por dia – o risco de contrair a doença aumenta em 50%.
Sedentarismo | Pode parecer um pouco clichê relacionar a saúde com a prática de exercícios físicos diários, mas esse é um fator que pode diminuir bastante o risco de aparecimento da doença. Mais de um terço dos jovens brasileiros está acima do peso, de acordo com dados do Ministério da Saúde e, esse fato, leva a um risco maior de desenvolver doenças como colesterol alto, diabetes e hipertensão arterial. Mas com pequenos ajustes na rotina, como pequenas caminhadas diárias e subir e descer escadas ao invés de utilizar o elevador, é possível dar um salto na qualidade de vida e prevenir inúmeras doenças, não apenas o câncer. A recomendação da OMS é que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana – ou, em média, pouco mais de 20 minutos por dia.
Infecções Virais | Apesar de bem informada e consciente dos riscos envolvendo doenças sexualmente trasmissíveis, os jovens apresentam índices elevados de contágio pelo chamado papilomavírus humano – conhecido como HPV. Mais comum tipo de infecção sexualmente trasmissível em todo o mundo, o vírus atinge de forma massiva a população feminina – 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos.
Após o contágio, ao menos 5% dessas brasileiras irá desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos. Os altos índices geram a necessidade da vacinação contra o HPV para meninos e meninas com idades entre nove e 26 anos. Além do HPV, existem algumas infecções virais que também podem estar relacionadas ao aparecimento do câncer. A hepatite B e C, por exemplo, podem desenvolver o câncer de fígado. Já o HIV pode ser responsável por tumores hematológicos como linfoma.
Exposição Solar | Os jovens estão acostumados a se prevenirem contra o sol quando vão a praia no verão. Porém, a exposição solar vai muito além, pois para pessoas que costumam ficar expostas aos raios solares, é preciso reforçar o uso do protetor diariamente, principalmente no rosto. Se a exposição for maior, como na praia ou piscina, por exemplo, é importante abusar do protetor no corpo todo, usar chapéus e evitar horários em que a incidência solar esteja mais forte. Em geral, as pessoas costumam relacionar os casos de câncer de pele exclusivamente ao melanoma, mas 95% dos casos de tumores cutâneos identificados no Brasil são classificados como não melanoma, um índice que está diretamente relacionado à constante exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol.